Nesta segunda-feira (1), a Polícia Federal deflagrou a Operação Garoa na cidade de Recife. A ação foi destinada às fraudes que ocorriam na Previdência Social.
Afastamento dos acusados
A trigésima sexta Vara Federal do Recife, determinou o afastamento imediato de cinco servidores de duas agências da Previdência Social, uma na capital pernambucana, e outra em Paulista (Região Metropolitana de Recife).
Foram emitidos oito mandados de busca e apreensão, para as agências do INSS e nas residências dos suspeitos.
Além de terem sido afastados das suas atividades, quatro homens e uma mulher que trabalhavam nas agências da Rua Corredor do Bispo (Centro da cidade), foram impedidos de exercerem as suas funções públicas, e até de saírem do país.
A Justiça Federal determinou o bloqueio das contas bancárias dos acusados e dos bens de cada um deles. No Nordeste do país, a Polícia Federal descobriu o esquema criminoso que atuava no estado.
O grupo criava perfis de pessoas idosas que não existiam, preenchendo cadastros falsos para obterem os benefícios de contas bancárias que também não eram reais.
A Polícia Federal, calculou o prejuízo estimado da fraude, em cerca de um milhão de reais. As investigações irão continuar a fim de identificarem novas fraudes e esquemas criminosos.
Irregularidades
O órgão de inteligência da Previdência Social, indicou no ano passado, uma gama de irregularidades nos benefícios assistenciais contemplados na Agência de Previdência Social (APS) em Paulista (Região Metropolitana de Recife), indicando a participação dos servidores do INSS.
No levantamento feito em 2016, a agência da Grande Recife, aprovou cerca de 19% do benefício de Amparo Social ao Idoso, em nível nacional, sendo que a média por cada agência é de 3,21%, equivalendo a seis vezes mais que a produtividade normal.
Assim, com a suspeita de fraude, a Polícia Federal foi acionada para início das investigações, onde foram identificados os benefícios fictícios. Os investigadores descobriram que após a aprovação, os recursos eram transferidos entre várias cidades e entre estados.
Por serem ´idosos´ a ação não seria possível, justamente pela dificuldade de locomoção destes. Esse detalhe chamou a atenção das autoridades, que resolveram investigar a fundo. Até instituições filantrópicas foram cadastradas como representantes legais dos benefícios.
Cerca de 85 benefícios concedidos inapropriadamente, foram cancelados e seguem sob investigação, mas a suspeita é que os valores ainda podem ser maiores.
Os cadastros falsos, eram baseados em dados infundados, com mesma foto de identificação, mesmo parentesco, números de CPF inválidos ou suspensos, e uma gama de informações bancárias falsas.
Os pagamentos dos benefícios, eram feitos pelos próprios servidores de dentro do INSS, às instituições que estavam até 250 quilômetros de distância da cidade de Paulista, com os nomes de terceiros envolvidos no recebimento dos valores, sem que eles se dessem conta da fraude.
Se condenados, os acusados podem responder na Justiça pelos crimes de estelionato majorado, formação de quadrilha, envolvimento de terceiros, e de elaboração de cadastro de informações falsas no sistema da própria Previdência Social.