Dubladora de “Coraline”, Lina Mendes relembra trabalhos da carreira

Conhecida de vários personagens que marcaram gerações como Cho Chang (Harry Potter e o Cálice de Fogo), Violet Baudelaire no filme “Desventuras em Série” de 2004, Lavagril em “As Aventuras de Sharkboy e Lavagril), Violeta de “Os Incriveís” e Coraline, a dubladora Lina Mendes é uma artista de múltiplos talentos, se destacando com sua voz tanto na dublagem como no teatro, com o musical “O Fantasma da Ópera” que ficou durante 2 anos em no Teatro Renault em São Paulo.

Em entrevista, ela nos conta um pouco mais sobre seu início na carreira, temporada no teatro e alguns projetos na dublagem. Confira!

Como foi o seu começo na dublagem?

Eu comecei aos 9 anos de idade quando fiz o curso de dublagem com a Marlene Costa nos estúdios Double Sound. Minha mãe ficou sabendo do curso pelo diretor musical Marcelo Coutinho. Ele sugeriu a ela que eu fizesse o curso depois que gravei um jingle para um especial de natal do Renato Aragão. Na época eu já fazia parte do coro infantil da UFRJ e a maestrina Maria José Chevitarese me indicou para fazer esse jingle. Sou muito grata a eles por esse lindo começo de carreira.

Recentemente, você também esteve em cartaz com o musical “O Fantasma da Ópera”, como foi a sua experiência nesse projeto? O trabalho com a dublagem ajuda no teatro?

Participar de um dos maiores musicais de todos os tempos, senão o maior e ainda interpretando Christine Daae foi uma experiência incrível e desafiadora da qual sou muito grata. A Christine é uma personagem que demanda muito vocalmente e fisicamente (ela praticamente não sai do palco e quando sai está trocando de figurino rs) e fazer 5 sessões por semana ao longo de quase 2 anos de temporada (fiz um total de 341 apresentações) me deu muito crescimento artístico e pessoal. A dublagem é um pouco diferente do trabalho de ator porque entramos com a voz dentro de um universo que já está todo pronto, o que por si só é desafiador. No teatro estamos inteiros ali e ser dublador ajuda muito porque acaba desenvolvendo habilidades vocais que são fundamentais para o trabalho de ator/cantor.

Foto: Reprodução/Instagram

Um dos papéis que fez em 2009 e até hoje é bastante reconhecido é “Coraline e o Mundo Secreto”. Pode nos contar um pouco mais sobre os bastidores desse trabalho.

Se eu contar vocês não acreditam! Fui escalada para gravar diretamente e gravei o filme todo em uma manhã! O diretor foi o querido Pádua Moreira nos estúdios Delarte, no Rio de Janeiro. Quando ele me explicou sobre a história e a personagem, eu fiquei encantada e muito animada para dublar. Coraline é uma das minhas personagens preferidas e fico muito feliz em saber que o filme continua conquistando novas gerações!

No ano passado tivemos dois filmes seus no cinema: “Como Treinar Seu Dragão 3” e “Os Incríveis 2”, onde retornou com a voz de Violeta. Sobre a personalidade de cada um, o preparo na dublagem exige um estudo diferente?

Sim! São duas personagens totalmente diferentes e desafiadoras porque eu mudo a voz para cada uma. Para dublar a “Cabeça quente” eu preciso deixar a voz bem mais grave do que a minha e também alterar o timbre porque ela tem a voz um pouco suja e rouca. Além disso, preciso acrescentar uma interpretação mais agressiva e às vezes cômicas. Já para “Violeta” eu deixo a voz mais jovem, mas o timbre não é tão diferente do meu.

Você também dublou a Violet Baudelaire no filme “Desventuras em Série” de 2004. Ainda tem lembranças desse trabalho?

Esse foi um trabalho muito especial porque fui dirigida pela minha mãe na dublagem e professora Marlene Costa. Trabalhar com ela é como voltar para casa e mesmo depois de muitos anos de dublagem, sempre aprendo coisas novas. Foi muito gratificante gravar com ela, especialmente a cena que a Violet lê a carta dos pais. Me lembro até hoje disso com muita emoção.

Sucesso atual na Netflix, “Riverdale” levantou uma grande multidão de fãs, e a sua voz ficou com a personagem Antoinette. Como foi participar desse projeto? 

Foi muito bacana participar dessa série além de tudo pela direção cuidadosa de Juliana Torres, nos estúdios Wan Marc, no Rio de Janeiro. Dublar a atriz Vanessa Morgan foi incrível pois ela é excelente, carismática e os fãs adoram ela.

Deixe uma mensagem.

Quero agradecer de coração a todos que acompanham e admiram o meu trabalho! E deixo aqui um recadinho de uma canção do Renato Russo: “ Se você quiser alguém em quem confiar, confie em si mesmo. Quem acredita, sempre alcança. “