Conheça a história de Lia Clark, pioneira no cenário drag queen funk

Durante a infância, Lia Clark sofreu preconceito de colegas de escola e familiares por se comportar de uma forma longe dos padrões tidos como masculino, sendo que na adolescência compreendeu sua homossexualidade.

Em 2010 ingressou no curso de Engenharia de Produção e se formou em 2013. Após se formar começou a trabalhar em uma empresa de exportação e importação. Na mesma época descobriu o universo drag e vestir-se como tal. Em 2014 passou a trabalhar como DJ em boates noturnas como drag queen, adotando o nome Lia Clark

Por ser considerada a primeira drag Queen do universo funk brasileiro, Lia foi classificada pela imprensa como uma pioneira no seguimento no país.

Como foi o seu início na música?
Eu comecei como DJ, sempre gostei muito de música pop e funk, mas não imaginava que pudesse ter uma carreira nesse meio. Mas com o meu trabalho de DJ fui ampliando minha visão, e em determinado momento eu quis ter a minha própria música, ainda sim de forma despretenciosa. E felizmente a ideia tomou uma proporção muito maior que eu poderia imaginar e me abriu muitos caminhos para seguir com o que eu sempre quis.
O que o single “Trava Trava” significou na sua carreira?
Tudo! Trava Trava é meu xodó, é por conta dessa música que a minha carreira como cantora nasceu, que me abriu muitas portas, possibilidades. É muito gratificante pra mim ainda hoje quando eu vejo a galera com a música na ponta da língua, é realmente muito especial mesmo.
Foto: Reprodução/Instagram
O clipe dessa música também te rendeu uma menção no Bogotá Music Video Festival. Como foi participar do evento?
Surreal, eu não cheguei a ir presencialmente no evento. Mas é tudo muito diferente quando essas coisas vão acontecendo, principalmente no inicio que você não espera nada, não está preparado pra nada.
Com diversos gêneros musicais sendo explorados hoje em dia, como surgiu a sua ligação com o drag funk?
Foi uma ligação natural, como eu disse no começo eu sempre fui muito ligada a música principalmente funk e pop. Não teria como eu partir para um gênero que não fosse tão minha cara como esses.
Foto: Reprodução/Instagram
Conte-nos um pouco de sua experiência com o produtor Pedrowl.
O Pedro já era meu amigo antes de ser meu produtor. E nós já trabalhávamos juntos, ele sempre me chamava pra tocar nas festas que produzia. Nossa parceria é muito genuína, ambos estavamos começando e apostando um no outro e claro, aprendemos muito juntos, crescemos muito juntos e isso construiu uma ligação muito forte no nosso trabalho, a gente se conhece muito bem e isso é muito bom pro trabalho né, essa intimidade.
Qual foi sua inspiração para lançar o álbum “Clark Boom”?
Clark Boom é um EP, e depois que eu lancei o Trava Trava e a música teve uma recepção super positiva eu pensei, bom agora quero dar continuidade nisso. E  o EP veio dessa vontade de querer continuar, ainda com pouca experiência no mercado, mas a cabeça cheia de ideias e quis trazer elas pra fora. Obvio que contei com a ajuda de pessoas muito queridas como o Mateus Carrilho que escreveu algumas coisas pra mim no EP.
Foto: Reprodução/Instagram
Como surgiu o single “Boquetáxi”?
Hahahahahahaha Boquetaxi é só uma música gente, como eu sempre digo nos shows. E eu meus amigos sempre tivemos muito humor com tudo e boquetaxi surgiu disso, do clima de descontração a gente brincando em algum momento eu saquei que a piada poderia virar uma música também.
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Acreditem nos seus sonhos, corram muito atrás de tudo que vcs almejam, lutem demais. E jamais abaixe a cabeça pra ninguém, nós somos força e resistência todos os dias, não podemos esquecer que cada passo, cada conquista é uma vitória a ser comemorada porque a vida é agora porque além de lutar pra ganhar a gente tem que lutar pra ser feliz.