Documentário de Michael Jackson gera polêmica

O documentário “Leaving Neverland”, sobre a vida do astro Michael Jackson, foi apresentado na sexta-feira (25), no Festival de Cinema de Sundance. No filme, o cantor é acusado de abusar sexualmente de duas crianças. Com quase quatro horas de duração, e dirigido por Dan Reed, a temática explanada deixou o público atônito.

As cenas retratam, sobretudo, os casos de James Safechuck e Wade Robson. Na época dos supostos abusos, os delatores tinham entre 7 e 10 anos.  “No auge do seu estrelato, Michael Jackson começou relacionamentos duradouros com dois garotos de 7 e 10 anos. Agora com 30 anos, eles contam a história de como foram abusados sexualmente por Jackson e como eles chegaram a um acordo anos depois”, descreve a sinopse oficial.

Dentre muitas declarações impactantes sobre os encontros, James Safechuck diz que o rei do pop usava de métodos para evitar ser pego em flagrante, tal como colocar sinos nas portas que levavam ao closet da suíte, além de técnicas para vestir-se o mais rápido possível.

Outro detalhe é que, Wade Robson afirma que o cantor usava muitos lugares em Neverland para molestá-lo, segundo ele, a estrutura local era repleta de esconderijos que continham camas, onde ele assegura que chegou a encenar uma cerimônia de casamento com Jackson. Ademais, são feitas outras menções a mais locais, tais como estação de trem de Neverland, a piscina e a jacuzzi.

A equipe responsável pela comunicação do cantor se pronunciou oficialmente em nota: “Leaving Neverland não é um documentário, é o tipo de assassinato de um personagem dos tablóides que Michael Jackson sofreu na vida, e agora em sua morte. O filme mostra alegações não confirmadas que supostamente aconteceram há 20 anos e as considera fatos”.

 

O encontro

 

James Safechuck conheceu Michael Jackson após gravar um comercial para a Pepsi junto com o cantor, de forma que amizade veio a se desenvolver depois da parceria profissional. Enquanto que Wade Robson conheceu Michael Jackson nos bastidores de um show em seu país natal, Austrália, como prêmio de um concurso em um shopping em que ele imitava o rei do pop. Atualmente, ambos são casados e têm filhos.

 

Opiniões divididas

As opiniões acerca da temática exibida dividiram-se entre um público surpreso e fãs que acreditam na inocência do cantor.

O documentário, em sua riqueza de detalhes, deixou o público atônito, que aplaudiu de pé o diretor Dan Reed e as supostas duas vítimas depois da exibição no festival de cinema.

Entretanto, na saída da sessão, fãs carregavam cartazes em prol da defesa do cantor. Vale ressaltar que não houve conflito, tendo em vista o forte policiamento na porta do local, segundo a Rolling Stone.

Repórteres que assistiram à exibição do documentário fizeram comentários no Twitter a respeito do filme. Kevin Fallon, do The Daily Beast, twittou: “O conteúdo disso é mais perturbador do que você poderia imaginar”. James Safechuck, Wade Robson e Dan Reed receberam calorosos aplausos dos críticos de cinema ao fim do polêmico documentário.