Parcela de jovens que não estudam nem trabalham, representam desafios para o próximo presidente

Mais de 11 milhões de jovens brasileiros, entre 15 a 29 anos de idade, estão sem estudar e sem trabalhar, de acordo com dados registrados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE.

Eles são os chamados ´nem-nem´, e representam um dentre quatro jovens, que estão nessa situação. De 2016 para 2017, esse número cresceu 6%, o equivalente a 619 mil jovens no país.

Desafios dos governantes

Sabemos que o próximo presidente enfrentará diversos desafios, um deles é o futuro desses jovens, já considerando o tempo em que essa população irá envelhecer.

Especialistas que foram ouvidos pela BBC News Brasil, ressaltaram que será preciso elaborar programas para incentivá-los a crescer, tendo mais acesso à educação, ao primeiro emprego, e à construção da carreira deles.

Ano após ano, os candidatos ao governo prometem mais emprego e renda, e por vezes não cumprem. Assim, uma grande parcela da sociedade, fica desamparada.

Perspectiva de futuro

No ano de 2016, o Banco Mundial realizou uma entrevista com 77 jovens, de 18 a 25 anos de idade, das áreas urbanas e rurais do estado do Pernambuco.

O resultado mostrou que esses jovens, estavam sem perspectiva de futuro, tanto na educação, como no mercado de trabalho. As classes pobres e de extrema pobreza, não possuem condições para se manterem nos estudos, e moram em situações precárias e alarmantes.

A falta de estrutura familiar, as desigualdades sociais, de gênero, e da falta de incentivos, ou oportunidades iguais para todos, são fatores agravantes. É o que mostrou também uma pesquisa realizada este ano, por meio das especialistas, Miriam Muller e Ana Luiza Machado.

Elas ressaltam, que o rótulo dado a essa classe de jovens (os nem nem), é injusto e desnecessário, pois a maioria deles não está assim porque querem. A ideia dessa expressão, passa que os jovens não estão fazendo absolutamente nada, em nenhuma área da vida.

O estudo vai além, ao mostrar que os jovens estão realizando diversas atividades, mesmo que sejam informais como tarefas domésticas, bicos para retirarem um dinheiro extra, e ajudarem em casa.

Além disso, muitos jovens estão à procura do primeiro emprego, entregando currículos, buscando experiência em oportunidades menores na vida.

Muitos empregadores não os contratam, por não possuírem experiência alguma, demonstrando ser um risco ao empresário. Em um mercado competitivo, a mão de obra especializada ainda é muito requisitada.

O objetivo desses estudos, pesquisas e entrevistas, é justamente alertar aos empresários do país, a concederem oportunidades para esses jovens, pois, como terão experiência, se ninguém der um voto de confiança

Geralmente, o pai e a mãe desses jovens, também não tiveram muitas oportunidades na vida, e sobrevivem de maneira simples, com pouca instrução educacional, lavando, passando e costurando, para terceiros.

Os homens por sua vez, ganharam a vida sendo pedreiros, mestres de obras, auxiliares de serviços gerais, vigias noturnos, e entre outras profissões que são dignas de qualquer cidadão, que precise sustentar a sua família nesse país.