No dia 18 de setembro de 2020 completamos 50 anos sem o gênio de Jimi Hendrix. Com nome de batismo Johnny Allen Hendrix, James Marshall, o Jimi Hendrix nasceu em Seattle, (EUA) no dia 27/11/1942. Foi cantor, compositor e um guitarrista que ocupou em praticamente todas as listas já publicadas de melhores guitarristas da história e foi um dos mais importantes e influentes músicos de sua era, em diversos gêneros musicais.
Em sua homenagem, Mario Ghanna lança uma nova versão para ‘Foxy Lady”, usando uma guitarra havaiana acústica – uma ‘weissenborn’ -, e um naipe de metais. A versão traz o peso do blues minimalista de Ghanna, com a suavidade da música brasileira e um leve toque de New Orleans.
Esse ano, você está lançando sua versão de “Foxy Lady”, homenageando Jimi Hendrix. Como foi o desenvolvimento desse projeto?
De certa
forma foi até meio natural que viesse essa regravação. Hendrix é um artista que
gosto muito de estudar e tocar. Toda vez se aprende algo novo. Eu havia feito
uma releitura de Voodoo Child em 2017, também em guitarra havaiana, e o vídeo
acabou viralizando no Facebook. Para Foxy Lady resolvi usar de novo a guitarra
havaiana acústica, a weissenborn, e fiz um arranjo bem minimalista. Fiz na
guita havaiana acústica porque ninguém toca como Hendrix, né? (risos) Então
resolvi mudar a concepção da música e evitar qualquer comparação (risos). E
acho que rolou legal.
A nova adaptação misturara o seu estilo
minimalista do blues, a música brasileira e um toque de New Orleans. Poderia
descrever melhor essa combinação?
Minha
música mistura o peso do blues com a suavidade da música brasileira e tem, às
vezes, uma certa influência de jazz. É o jeito que costumo fazer música e a
forma que gosto de compor. Às vezes puxa mais para um lado, às vezes para o
outro, mas essas influências são bem evidentes.
Gosto muito de blues, mas não acho que a fonética da língua portuguesa se
encaixe tão bem nas linhas melódicas tradicionais do blues. Quando se usa uma
linha melódica tradicional ou uma sequência harmônica tradicional do blues e a
língua portuguesa, isso acaba me soando, por vezes, meio ‘sem encaixe’. Pelo
menos comigo. Por isso, costumo fazer uma certa simbiose da harmonia e melodia
da música brasileira com essas levadas.
Ao regravar Foxy acho que esse meu jeito de fazer música veio meio natural na
interpretação e no arranjo. Seja na forma de cantar e tocar, seja na linha
melódica usada. O toque jazz new orleans veio com os metais que encaixamos a
partir do refrão, para dar um ar sombrio. Lembra um pouco uma marcha fúnebre e passa
a ideia que quis transmitir. (risos).
No fim das contas, se você vai em um show meu consegue identificar bem essas
influências. O show acaba soando como um show caberet antigo, aqueles comuns em
clubes pequenos, mas com uma pegada bem brasileira. Como se fosse um cabaret
brasuca (risos). É bem maneiro.
Conte-nos um pouco sobre o seu início na
carreira musical?
Comecei
estudando música clássica. Na adolescência foi isso. Aí parti para música
brasileira. Comecei a tocar bossa e em rodas de samba (coisa que gosto de fazer
até hoje nas horas vagas). Depois acabei conhecendo o blues e o jazz e passei a
tocar blues em pubs por aí. Tive a oportunidade de estudar música em Berklee
por um breve período, e mantive os estudos com professores aqui no Brasil.
Depois de rodar bastante tocando em clubes e bares pequenos, passei a compor minhas músicas. Lancei dois álbuns e um EP. E, agora em 2020, vou lançar o ‘O blues é uma mulher – The brazilian blues’.No meio do caminho concorri a alguns prêmios, venci alguns, perdi outros. E isso que me deu a base necessária para chegar no resultado final do álbum novo. Acho que cheguei legal no meu som. Deixo bem evidente essas influências de blues e música brasileira.
Ao mesmo
tempo que é um álbum despretensioso, busquei criar um estilo musical próprio. É
um som que você vai escutar só comigo. Pelo bem ou pelo mal (risos). E essa
novidade musical que me faz gostar muito do disco.
Lançada em 1967 e sendo reprisada por
grandes cantores no mundo inteiro, houve um certo estudo para realizar a sua
adaptação de “Foxy Lady”, ainda mais invertendo o estilo
“pesado” para o acústico?
Houve
bastante estudo e muita tentativa e erro até chegar nesse último arranjo. É uma
música que já estava no repertório do meu show, então fiz testes em shows
também. Aí chegamos nessa gravação final.
Além dessa música, o álbum “O Blues
é Uma Mulher” terá músicas compostas originalmente por você. Como estão
suas expectativas para o lançamento?
Sim. Foxy é a única regravação do disco. Todas as outras composições são minhas. O álbum ‘O blues é uma mulher’ conta a história de um relacionamento amoroso. Todo disco é construído para falar sobre esse caso de amor, de seu início ao fim. A primeira música fala do primeiro encontro do casal e a última é de quando eles já estão separados.
O álbum é
uma história musical. As músicas pode ser ouvidas de forma isolada, é claro, e
algumas soam
bem radiofônicas até. Mas elas ganham um novo significado se colocadas no
contexto do disco. É divertido de ouvir e imaginar as histórias. Estamos
preparando uma sequência de vídeos para promover as músicas também. São vídeos
simples, mas que vão funcionar legal para quem quer ter um efeito visual
ouvindo os sons.
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